quarta-feira, 30 de maio de 2007

A mítica aposentadoria

Há uma piada corrente no mundo modeleiro que diz que sempre que alguém fala sobre tal modelo ser o seu último, tal afirmativa é uma mentira. O "último modelo" de um modeleiro experiente é algo tão lendário quanto o fim do arco-íris, o trevo de quatro folhas, Papai Noel e a paz mundial eterna.

No entanto, apesar de nossos esforços para que não seja verdade, alguma hora a aposentadoria dos modelos bate à porta. É difícil avaliar quando, como e por que isso acontece - são possibilidades infinitas. Irei me restringir aqui a algumas das que são mais ligadas à natureza de modelos em si (participação, preparação, relações humanas etc.); até porque quaisquer outras possibilidades analisáveis aqui entrariam no âmbito pessoal dos aposentados - por exemplo, alguém que aposenta porque arrumou um emprego estável, um mestrado fora, problemas pessoais etc. (Muito embora tais justificativas não necessariamente impeçam algumas pessoas de participar de MUNs, como este blog exemplifica. But I digress.)

Um dos motivos possíveis pode ser o cansaço da atividade, pura e simplesmente. Após cinco anos de modelos, salvo algumas raras exceções (muitas das quais fornecidas por simulações mais ousadas, como o TEMAS e a SiEM, para citar apenas dois exemplos), muitas simulações começam a ficar parecidas, repetitivas até. Afinal de contas, a agenda da ONU (ou de qualquer outra organização internacional, for that matter) não é infinita, sequer muito variada. Os temas eventualmente irão se repetir; não no mesmo modelo, mas em modelos diferentes, certamente, e em intervalos de tempo não muito longos. Isso é algo que ainda não tem solução fácil. O efeito disso é duplo: afasta alguns velhos modeleiros, que não querem repetir um mesmo papel, mas ao mesmo tempo abre espaço para caras novas fazerem sua parte.

Outro motivo possível são desavenças pessoais. Por bem ou por mal, participar ativamente do mundo dos modelos, como qualquer outro evento em que haja espaço para manipulações políticas e de visibilidade, gera uma certa briga de egos e de intelectos. Algumas brigas são saudáveis e acontecem apenas dentro do âmbito da simulação; outras são mais sérias, e podem envolver qualquer coisa, desde relacionamentos amorosos até conflitos políticos pelo comando de um modelo. Tendo passado há não tanto tempo assim por uma briga séria dentro de um modelo em que participei como diretor por conta de desavenças políticas, essas coisas acontecem.

O terceiro motivo que quero abordar é a simples desilusão com algum aspecto dos modelos. Nenhum modelo é perfeito, obviamente. Mas o que importa aqui é o que é feito após uma experiência pouco proveitosa em um modelo. Alguns (a maioria, talvez) vêem aquilo como uma exceção, e voltam depois para outros modelos para continuar a brincadeira. Outros desistem de vez da brincadeira. Não é possível avaliar objetivamente que tipo de fatores levam cada pessoa a decidir por uma coisa ou outra, mas de alguma forma deve haver algum mecanismo de "reciclagem" para não perder excelentes modeleiros por conta de uma simulação ruim.

O que nos cabe ver aqui é como cada um destes fatos pode ser contornado para garantir a continuidade da prática dos modelos, mesmo para quem tecnicamente já "aposentou" ou acha que está muito velho para voltar (ou começar). Alguns destes fatos, no entanto, são inerentes ao próprio "sistema" - a renovação tem que acontecer alguma hora, e evoluções políticas (diferenças de filosofia) são naturais. Como balancear isso?

domingo, 27 de maio de 2007

Poder (e modelos) para o povo pobre

Este blog não é um espaço de propaganda modelística, mas eu não poderia deixar isto passar em branco.

Surgiu do nada, na minha caixa de emails, um sujeito misterioso me convidando para um certo Nigerian International Model United Nations, que acontece em novembro na cidade de Abuja. A simulação em si tem alguns comitês malucos que discutirão a redução de acidentes nas estradas (hm!), mas o que me chamou a atenção foi a invitation letter. Puro ressentimento pós-colonial com tempero dos anos 1960. Cito: "in Europe there are now lots of students engaged in this sort of activities, but (...) very few people are willing to go to those places in which economical, social and polital (sic) problems are sharper".

Taí. Modelos da ONU são coisa de rico?


Vocês lembram do famoso verbete da Wikipedia "Regional organizers and events of Model United Nations"? Recentemente ele foi apagado, pois era pura propaganda, mas sobrevive intacto no meu HD. Era uma lista de quase 300 modelos da ONU. Quantos na África subsaariana? Zero.

A UNA-USA mantém o mais completo calendário de simulações que existe, e cadê a África? Além do dito modelo nigeriano, aparece apenas um MUN feito pelas escolas internacionais de Lusaka - leia-se, pelos filhos de diplomatas europeus e de funcionários do Banco Mundial. Também existem ao menos três modelos sul-africanos, cujos organizadores, na maioria, são afrikaners bem branquinhos. Alguns deles foram ao AMUN 2005.

Pode parecer uma tremenda hipocrisia falar em exportar modelos da ONU (o que me lembra a "exportação da democracia") para regiões miseráveis, onde nem sequer existem remédios, escolas e empregos em quantidade e qualidade decente. Acontece que modelos não são um mero passatempo para turistas e/ou nerds e/ou curiosos com muito dinheiro no banco.

O Brasil contém muitas pequenas Áfricas em suas metrópoles. Elas estão alienadas da modelagem. Sim, existem exceções, e o caso mais óbvio é o Global Classrooms, voltado para escolas públicas suburbanas paulistas, favelas inclusive. Outros modelos para secundaristas mantém cotas ou isenções para alunos de escola pública. Os motivos dessa generosidade variam bastante: interesse social sincero, desencargo de consciência, campanha de relações públicas para conquistar patrocinadores ou simples necessidade de arranjar delegados, tudo conta.


Não acredito em caridade, tampouco sou idealista, mas creio em resultados. Sem nenhuma demagogia, já vi a vida de muita gente humilde mudar com modelos da ONU. Para quem não tem nenhuma perspectiva de futuro, qualquer oportunidade pessoal e profissional pode ser um enorme estímulo - mesmo quando se trata de algo relativamente pequeno, como uma simulação das Nações Unidas. Isso traz autoconfiança, que é uma das chaves para derrotar a pobreza. Não apenas a pobreza material, aliás.

Estou falando bobagens? A modelagem deveria priorizar a inclusão social, ou tudo isso é conversa para boi dormir e MUNs são atividades inerentemente elitistas? Opinem.

quarta-feira, 23 de maio de 2007

O novo-velho e o velho-novo


Tivemos recentemente uma discussão polêmica aqui no Representatives-Modeleiro, que suscitou questões interessantíssimas. Não quero retornar a seu contexto, mas gostaria de voltar às dúvidas que já levantei nos comentários do post relaconado, e acrescentar a estas mais algumas. Na verdade eu gostaria mesmo que alguma outra pessoa - de preferência fora do nosso staff regular - falasse suas impressões a respeito, mas como dizia minha vó, "só tem tu, vai tu mesmo".

Em vários aspectos, nós já aprendemos a fazer modelos. Já dominamos o fogo. Após a inspiração externa, conseguimos vislumbrar todo o sistema, entender como funciona e empregá-lo com perfeição. É curioso como isso parece já fazer parte de alguma espécie de inconsciente coletivo nacional, ao passo que diversos modelos aparentemente disconexos estão surgindo (aparentemente do nada), crescendo e se fortalecendo. Mas sobre isso já falamos bastante. Após dominar o fogo, nós começamos a refiná-lo, usá-lo para os mais diversos fins. Diversificamos nosso arsenal, e hoje já simulamos até o <#mode Jabá ON> II Concílio Vaticano <#mode jabá OFF>. Se continuar nessa marcha podem esperar uma simulação da Guerra do Peloponeso ou Joint-Committee Roma-Cartago nas Guerras Púnicas no TEMAS 2009.

Porém, essa "maturidade" traz seus próprios problemas. O que acontecem quando modelos ficam adultos? Eles amadurecem, ganham uma personalidade encorpada e fazem escola? Ou será que de tanto estarem acostumados a velhos costumes, eles ficam caquéticos e engessados? Será que a saída das famosas primeiras gerações gera um cataclisma no nível acadêmico do evento? E finalmente, uma pergunta que sumariza nossos temores: estamos preparados para a transição?
por apresentar quadros diversos: modelos com idades diferentes, experiências distintas, etc.

Esse tema por si é ligeiramente delicado por causa da comparação automática entre as gerações. Por exemplo, qualquer pessoa que foi aos MONU 2005 e 2006 sentiu uma diferença *sensacional*, nos termos de João Vargas. É uma tendência natural você analisar dois modelos distintos (temporalmente falando) e fazer um juizo de valor, esse foi melhor que aquele nisso ou naquilo, etc. Do mesmo jeito, é complicado tomar decisões a longo prazo. Um exemplo de casa: todos secretariados da SOI (myself included) disseram que não deveríamos mexer no nosso logotipo, mas "alguns ajustes precisam ser feitos". TODOS. Outra coisa que em alguns lugares é mais complicada que outros é a influência sobre os ex-alunos sobre a simulação: um modelo precisa de um santo padroeiro? E no sentido oposto, há algo errado em ter aconselhamento de modelistas calejados?

EM muitos aspectos, a relação entre modelos é personalista. Você não faz amizade com o modelo, faz com o "diplomata" do modelo. A consequência da transição pros modelos entre si é algo que eu gostaria de ver tratado posteriormente, mas no momento gostaria de me limitar ao interna corporis, ao crescimento interno do modelo, seu amadurecimento e "troca de pele".

O que vocês acham disso tudo?

Já me adianto com algumas idéias que eu acho interessantes pra se cuidar do tema em cada modelo:

1 - RENOVAR É PRECISO. Renovação deve ser uma preocupação CONSTANTE. Se um ano sequer não for planejado de forma a acrescentar algo de novo ao seu modelo, quer dizer que em alguns anos haverá uma quebra. Vários modelos atualmente sofrem problemas por usufruirem de "surtos" de popularidade. Diretores empolgados surgindo a cada dois ou três anos. Isso é PÉSSIMO.

2 - REGISTRAR É PRECISO. É importante documentar as coisas, os procedimentos. Desde o secretariado com todo o calhamaço de material administrativo, até as diretorias acadêmicas: em caso de quebra de renovação, as pessoas podem acabar ficando sem saber o que fazer. Sem falar que já ter nem que seja os pontos principais escritos já facilita a comunicação, que é o próximo ponto;

3 - CONVERSAR É PRECISO. Conversar com os modelistas mais velhos e mais novos SEMPRE é bom. Aprenda com os erros que ainda não cometeu, aproveite as idéias das pessoas que ainda não estão submetidas aos mesmos procedimentos que você, e muitas vezes, não tem os mesmos vícios (e dê o devido crédito, óbvio. Dessa galinha ainda pode sair muito ouro). Modelos já passaram por verdadeiros medievos por secretariados politicamente divergentes. Sempre que possível, uma relação próxima com os antecessores pode ser extremamente proveitoso, poupando muito trabalho. E estar atento às ideias novas pode ser justamente um sinal que vc precisava pra ver quem realmente tem interesse na coisa;

4 - ACREDITAR É PRECISO. Procure pessoas que se interessam pela idéia, não pelo projeto. O problema de pessoas que se interessam pelo projeto, é que elas tendem a participar pouco tempo. Ficam um ano como diretor, depois juntam a trouxinha e desistem das simulações. Levando em conta a necessidade de um planejamento a longo prazo, esse é mais um fator de risco que pode gerar uma baita quebra. Geralmente pessoas envolvidas com a idéia tendem a ter um relacionamento mais profundo com o modelo. Óbvio que isso não exclui os one-night-only, podem ser muito bons, mas eles devem ser sempre a minoria, ou seu modelo cedo ou tarde vai passar por apuros por falta de pessoal

Agora passo a bola: e vocês? o que acham?

terça-feira, 22 de maio de 2007

United Abominations
























A notícia foi-nos dada por Bernardo Ribeiro (PUC-Minas), que vai ser Sudão no explosivo Conselho de Direitos Humanos do XAMUN: a banda Megadeth lança um novo disco, "United Abominations".


Trechos da faixa-título:
"(...)Poverty in their kitchens
Held hostage by oil-for-food

Yet their own plates are full off the fat of their lands

There's no blood on their hands, right Kojo?

(...)

The UN writes resolution after resolution and has become irrelevant through inaction and totalitarian paralysis,"

"Order, Order!!!"

"Ha! There is no such thing as order"
(...)

NATO invaded Yugoslavia to end ethnic cleansing, there was no UN

The US invaded Afghanistan after 9/11, there was no UN

Saddam Hussein violated 17 UN resolutions;
The UN was asked to join the war in Iraq.
The US invaded, Ha! there was no UN(...)"


Whoa. Talk about rock and rolllllll.

sábado, 19 de maio de 2007

What's in a name?

Amigo modeleiro, examine atentamente as siglas que estão em nossa barra de links, à direita.

Se você conseguir traduzir todas, vai perceber que no Brasil existem uma Simulação de Organizações Internacionais (SOI), uma Simulação da Organização das Nações Unidas (SONU), outra Simulação da Organização das Nações Unidas (SIONU), um Simulado da Organização das Nações Unidas (SIONU-FIB), uma Simulação das Nações Unidas (SIMUN), uma Simulação das Nações Unidas para Secundaristas (SINUS), uma Simulação para o Ensino Médio (SiEM), um Modelo para Ensino Médio (MODEM) e um Modelo da Organização das Nações Unidas (MONU). Não confundir!

Por algum motivo, a proliferação de modelos não foi acompanhada por uma proliferação da originalidade. Poderíamos fazer um divertido jogo de "ligue os pontos" entre os nomes das simulações e seus acrônimos, e pouca gente tiraria a nota máxima.

Claro que existem exceções honrosas, como PAX e TEMAS. Outros modelos decidiram colar na testa o nome de suas faculdades ou escolas, como BennetMUN, UFRGSMUN, PoliONU, MUNIBERO e Fórum FAAP. Também funciona.

Sei que o perfume de uma rosa não deriva de seu nome, como disse um certo Guilherme antes do Casarões e do Pereira, mas torço para que os secretários e secretárias gerais grávidos de novos modelinhos pensem em nomes mais originais para seus pimpolhos. For clarity's sake.

PS: Mas que nenhum modelo seja batizado de Brasil (Brazil?) Model United Nations, por favor! Vamos reservar esse nome para o nosso tão sonhado modelo itinerante, que há de nascer antes mesmo da independência da Palestina...

terça-feira, 15 de maio de 2007

Bem amigos representantes do mundo...

UPDATE 13 (FINAL?) - 20:22 (TERÇA) - GRANDES MISTÉRIOS RESOLVIDOS

CEDÊ: BEM AMIGOS da Rede Globo! Modeleiros do Brasil, boa noite, agora 20:29 horário de Belo Horizonte, e claro... de Brasília, essa linda Brasília que vai sediar a Copa do Mun.. ops, digo, a décima edição do AMUN, já carinhosamente chamado - tá na boca do povo! - de XAMUN, esse XAMUN brasileiro.

Agora com mais calma, com mais tranquilidade, sem o calor todo da noite anterior e dessa terça-feira corrida, cheia de notícias que vão, que vem, podemos sentar aqui e conversar... não é mesmo Lella? A Lella foi Diretora de Vestfália no TEMAS Soberania, foi Assessora do TEMAS Ásia e também delegada do Brasil no AMUN do ano passado, dentre outras aventuras.

LELLA: Pois é, a PUC-Minas pegou EUA e vários paises, e esperemos que ela não caia na tentação da simulação de resultado, a simulação retranqueira, que faz linha de impedimento. Ela precisa usar mais essa oportunidade para mostrar sua simulação-arte, sua famosa simulação-moleque, que ginga na frente do adversário, faz que vai e não vai, pedala e parte pro gol.

CEDÊ: Lella, você vai ser Estados Unidos no Conselho de Direitos Humanos, ou seja, você vai representar uma delegada que não existe, como está sendo seu preparo físico e espiritual?

LELLA: O importante é ajudar o grupo. Estou muito feliz de ir ao AMUN, é sempre muita alegria. Um encontro de pessoas do Brasil inteiro pra grande festa da simulação, principalmente este ano.

CEDÊ: Obrigado, Lella, você é uma gracinha. E lá em São Paulo, nós temos um dos quatro correspondentes do Representatives, o atual Secretário-Geral Acadêmico da SiEM - precisa dizer mais? - foi Estados Unidos no AMUN ano passado, acabou de sair do TEMAS Ásia como Richard Nixon - o Pereira falando direeeeeeeto da capital paulista, fala Pereirovksy!

PEREIRA: Bom, meus caros ouvintes [leitores?], colegas de mesa, realmente fui surpreendido pelas designações do XAMUN. Pela primeira vez desde que os MUNs chegaram ao Brasil no formato moderno hodiernamente visto, o nobre estado de São Paulo não foi agraciado com um só país P5.

CEDÊ: É verdade...

PEREIRA: Nem mesmo a USP, que no ano passado levou o caneco de Best Delegation em conjunto com a sempre presente PUC-Minas, teve sequer a chance de emplacar mais de uma delegação no prestigioso Conselho de Segurança - restou-lhe apenas o Qatar, enquanto a PUC-SP, que ano passado teve em mãos a poderosa nação americana, ficou com Itália e Peru no CS, bem como Estônia, Alemanha e Ucrânia. A USP se contentará com um batalhão de países para seus delegados, e será interessante ver o quão coesa a universidade conseguirá ser em sua preparação.

CEDÊ: É isso aí, bola pra frente, e vamos nessa. Falando agora direeeeto do Rio, ela que foi Rússia agorinha mesmo no TEMAS Ásia, e este ano é Diretora em três - três! - modelos diferentes, é ONU Jr., é SiEM, é SiMUN, ela mesmo, a nossa moschcovita Bárbara Bravo! Vem cá Bárbara, em 2004 Rússia também foi pro Rio, tem algo de Moscou na Cidade Maravilhosa?

BÁRBARA BRAVO: É sempre um prazer pegar Rússia, neste ano especialmente, sendo a décima edição do AMUN. Por mais que, no meu caso, seja a segunda como representante russa nos dois modelos que eu pude participar este ano, é um pais cuja política externa é tão admirável e sua participação no cenário internacional é tão interesante que não há nenhuma desvantagem em repetir sua representação.

CEDÊ: Que bacana! Algo mais, Bárbara?

BÁRBARA BRAVO: Acho que só o fato de já estar dada a contagem regressiva para a chegada do AMUN. Agora definitivamente o XAMUN está a caminho!

CEDÊ: Sensacionaaaaaal, é isso aê, senhoras e senhores, agora vamos ao que todos esperavam:

Confira no seu vídeo, agora, a designação final das delegações grandes.

Olhaí, vem aí....

APURAÇÃO FINAL
(atualizado quarta-feira 16, 12:09 AM)

OS PI-FÁIVE, QUE SÃO CINCO! (comentário a la programa de esportes)
McOferta Estados Unidos com Áustria: PUC-Minas
McOferta Rússia com Portugal: Mista PUC-Rio + Estácio
Reino Unido: UFRGS
China: UFRN
França: UnB

Delegações de 8 pessoas:
McOferta Bélgica com Tailândia: ?
Itália: PUC-SP
Peru: PUC-SP

Delegações não-chinesas de 7 pessoas:
Indonésia: Mista UFMG+PUC-Minas
McOferta Dinamarca com Japão: USP
Mc Oferta África do Sul com Cabo Verde: FUMEC (BH)

Delegações de 6 pessoas:
Habib's Oferta Qatar com Turquia: USP
República Tcheca / Tchecoslováquia: Mista UnB+ CeuB
Polônia: ?
McOferta Colômbia com Bulgária: UNESP
Países Baixos: ?
McOferta Suécia com Chade: ?

Outras (atualizado última vez quarta, 14:37)
Alemanha: PUC-SP
Anistia Internacional: USP
Arábia Saudita: USP
Argélia: USP
Argentina: UCG
Austrália: UFMG
Bangladesh: FAAP
Brasil: UFMG
Camarões: UCG
Canadá: CeuB
Chile: USP
Chipre: UFRN
CICV: UNESP
Congo: mista PUC-Rio + UFRN
Costa do Marfim: UCG
Egito: UFMG
Eslováquia: mista UFMG+PUC-Minas
Espanha: UNESP
Estônia: PUC-SP
Gana: PUC-Minas
Greenpeace: FUMEC
Índia: FAAP
Irlanda: Mista UnB+CeuB
Letônia: UNESP
Luxemburgo: UCG
Malásia: FAAP
Moçambique: USP
Nova Zelândia: USP
Panamá: UNESP
Romênia: CeuB
Senegal: UNESP
Sudão: PUC-Minas
Ucrânia: PUC-SP
(finalizado 14:39, voltando agora à tranmissão antiga)

Ou seja, ou seja:

A UFRN pegou China (e Chipre), e a UnB, França. França foi o último P-5 revelado.

Apuração final
da PUC-SP: Itália, Alemanha, Ucrânia, Estônia e Peru.

UnB também pegou Senegal. Nota: (22:2o terça) Alto lá. A Unesp que pegou: Espanha, CICV, Panamá, Colômbia, Bulgária, Letônia e Senegal, maaaas pode ser que rolou umas delegações mistas aqui com gente da UnB sendo Ucrânia (PUC-SP) e Senegal (Unesp). Não confirmado. (end update)

Você aí no seu sofá. Continue sintonizaaaaaaaado para mais cobertura, depois falaremos com os outros estados desse lindo Brasil brasileiro, aliás lembrando que Brasil ficou com a UFMG, mais uma vez um Brasil com gosto de pão de queijo esse ano.

Finalizaaaaaando este post 21:24 (terça), postando, roda o VT...!

-------------- /////////

UPDATE 14 22:22 (TERÇA) - BREAKUP DO CONSELHO

Só falta sabermos o país do TinTin. O resto tá tudo aqui.


África do Sul: FUMEC (BH)
Congo: Mista PUC-Rio + UFRN
Gana: PUC-Minas

Eslováquia: Mista PUC-Minas + UFMG
Federação Russa: Mista PUC-Rio + Estácio

Bélgica: ?
França: UnB
Itália: PUC-SP
Estados Unidos: PUC-Minas
Reino Unido: UFRGS

Panamá: UNESP
Peru: PUC-SP

China: UFRN
Indonésia: Mista UFMG+PUC-Minas
Qatar: USP

Designação XAMUN em tempo real (1-12)

UPDATE 12 - 13:03 - AI MEU DEUS

Isso é muito legal =D É emocionante. Voltei do rapidissimo almoço.

Atenção.


O que a USP pegou: Japão , Turquia+Qatar, Dinamarca, Nova Zelândia, Chile, Arábia Saudita, Algéria, Moçambique e Anistia Internacional.

O que a PUC-SP pegou:
Peru, Alemanha, Estônia e Ucrânia.

PERMANECE MISTÉRIO MISTERIOSO:

QUEM PEGOU FRANÇA?
QUEM PEGOU CHINA?
Ninguém saaaaaaaaaaaabeeee

Finalizado 13:06


UPDATE 11 - 12:40 AM - TUDO MENTIRA! SENSACIONAL REVIRAVOLTA

Isso que dá ir sem celular por estágio... e tentar trabalhar igual no Ig Último Segundo....

ATENÇÃO: Nem PUC-SP nem USP pegaram P-5.

A PUC-SP pegou na verdade Alemanha, Peru, Estônia e Ucrânia.

A USP ficou com Dinamarca, Qatar+Turquia, Moçambique e África do Sul (contradição possível: um comentário neste post diz que a Africa do Sul ficou com a FUMEC BH).
NOTA: mentira. boato negado (13:02) A África do Sul é mesmo da FUMEC-BH.

Comentário neste post:
" FUMEC (BH) - Africa do Sul, Cabo Verde e Greenpeace."

Outro comentário: "Goiás tá indo como Costa do Marfim, Camarões, Luxemburgo e ARGENTINA!"

Boatos abaixo foram negados (está anotado onde deve), e nao corrigidos.

Post finalizado ao 12:45 AM.

UPDATE 10 - 11:37 AM - CONGO BRAZZAVILLE E SUDÃO

Update africano: dupla PUC-Rio (ex PUC-Minas) + UFRN pegou Congo Brazaville.

O Sudão foi pra PUC-Minas.


UPDATE 9 - 10:59 AM - A TCHECA

Uma delegação mista UnB+ CeuB pegou República Tcheca.


UPDATE 8 - 10:09 AM TERÇA -
CONFIRMADO! A USP É FRANÇA! NOTA: mentira. boato negado (12:41 AM)

Só falta saber quem é China.

Mais: PUC-SP pegou Dinamarca.
NOTA: mentira, a USP que pegou Dinamarca. (12:42 AM)


NOTA: Este post combina sete posts publicados em curtos intervalos no fim da noite de ontem, segunda 14. A deletacionalização dos posts originais apagou, infelizmente, quaisquer comentários.


Designação XAMUN em tempo real (7)

Bem, gente é isso aí.

As fontes em São Paulo estão todas dormindo.

Ao que tudo indica, fontes afirmam e conjecturam, a PUC-SP pegou China e a USP está com França. Isto ainda não está confirmado, contudo (ao contrário de todas as notícias anteriores, que vieram diretamente das fontes ou no máximo um intermediário).

Teremos um AMUN muito parecido com 2004: mineiros com EUA, o Rio com Rússia, e a USP (ao que tudo indica) de França.

Resta ainda saber de focos modeleiros como UFRN, Piauí, Manaus, Salvador e Goiás.

À guisa de Lucas Mendes: muito obrigado e até a próxima.

(6)

Uma delegação mista PUC-Minas + UFMG pegou Eslováquia.

Os mineiros tem até agora Estados Unidos, Eslováquia, Indonésia e Gana (4 assentos no Conselho), além de (pela UFMG) Brasil, Egito e Austrália.

(5)

Os gáuchos são britânicos!

Reino Unido pra UFRGS.

Dos P-5, faltam saber França e China...

e das grandes, falta Qatar+Turquia.

(4)

EU PEGUEI INDONÉSIA!

YAAAAAAAAAYYYYYYYYYYYYYYYYYYYYYYYYYYYY!

(3)

A delegação do Rio que pegou Rússia, anteriormente noticiada apenas como "alguém do Rio" é chefiada pela Bárbara Bravo, e combina PUC-Rio e Estácio.

(2)

UFMG além de Brasil pegou Egito e Austrália.

PUC-Minas pegou Gana, além de EUA.

Alguém do Rio pegou Federação Russa.

(1)

Está ocorrendo a designação do XAMUN.

PUC-Minas pegou Estados Unidos. Aguarde informações sobre outros P-5.

UFMG pegou Brasil.

FAAP pegou Índia, Bangladesh e Malásia.

Aguarde mais!

segunda-feira, 14 de maio de 2007

Scoop!

Essa é quente: seis anos depois de Belo Horizonte, o WorldMUN vai voltar para a América Latina. A edição 2008 do modelo vai ser em Puebla, no México.

Assim como acontece com a definição da sede dos Jogos Olímpicos, a escolha foi política. Paris e Haia tinham boas candidaturas, mas foram rejeitadas porque o WorldMUN tem uma política maldisfarçada de alternar cidades européias com o resto do mundo. A favorita popular era Caracas, lar dos melhores delegados da Terra. Mas Harvard não gosta muito de Hugo Chávez. Lahore foi vetada por motivos de segurança. Enfim, sobrou Puebla.

Para quem se interessar, sugiro pensar duas vezes. O WorldMUN é como a Paris Hilton. Muito barulho por nada.

sábado, 12 de maio de 2007

A ética dos modelos

Para toda a sujeira do mundo, a ONU é o tapete. As organizações internacionais pregam (mas nem sempre praticam) a paz, os direitos humanos e a tolerância entre os povos. Até que ponto suas simulações devem ser pautadas pelos mesmos princípios? A modelagem deve ensinar valores morais? É "correto" simular os processos decisórios de ditaduras, o planejamento de atrocidades e a discussão de grandes crimes?

Delegados simulando fascistas e nazistas na Conferência de Munique
Estas questões ganharam importância com a atual onda de modelagem "ousada". Os comitês estão cada vez mais malvados. Dois anos atrás, o TEMAS simulava o Pacto de Varsóvia deliberando sobre a invasão da Polônia. Em 2006, enquanto alguns delegadinhos da SiEM escreviam uma versão ainda mais perversa do AI-5, outros defendiam os interesses da Alemanha nazista, invadindo a Tchecoslováquia em 1938. Daqui a alguns meses, numa recriação do Politburo Soviético que vai escolher o sucessor de Stalin, os delegados deverão mentir e trair o tempo todo e terão a possibilidade extraordinariamente imoral de expurgar uns aos outros. E já existem boatos de uma simulação da Conferência de Wannsee (aka "que tal um Holocausto, Adolf?") no futuro próximo. Talk about evil!

Imagino que estas simulações incomodem muita gente. Mas a malvadeza modelística não pára por aí. Muito antes dos primeiros comitês maldosos, no tempo em que todo mundo simulava a ONU, já era comum ver delegados roubando resoluções, plagiando emendas, enganando colegas e mentindo deslavadamente. Enfim, agindo como os diplomatas agem na vida real.

A discussão sobre a ética dos modelos lembra mais ou menos o debate sobre os videogames violentos que supostamente estimulariam a agressividade. Um comitê perverso e/ou a vendidagem desonesta podem conduzir alguém ao lado negro da força? Sempre é bom lembrar que modelos da ONU, entre outras coisas, são ferramentas educativas e de formação humana.

Eu sou pela liberdade. Penso que é possível aprender bastante pelo exemplo negativo e até pela ironia. Duvido muito que um estudante se torne mais autoritário apenas por ter representado o General Médici, o Joseph Goebbels ou o Lavrenty Beria. Aliás, acho o contrário muito mais provável. Já o comportamento imoral de alguns delegados (roubo, plágio, mentiras) em comitês supostamente bonzinhos é algo mais sutil e insidioso. Porém, penso que isso apenas reflete as trapaças que existem na vida real. Se o mundo fosse povoado por santos, não haveria necessidade de ONU e muito menos de simulações da ONU.

Três autocratas russos
Talvez a minha opinião seja distorcida pelo fato de que sou um ateu safado e às vezes cínico. Mas eu espero que os modelos de ONU nunca sejam sujeitos a qualquer tipo de censura ou controle moralista. Selos indicando que "este comitê é recomendado para maiores de 21 anos" ou que "este tema contém aspectos eticamente condenáveis". Por enquanto, nada disso existe. Não abertamente.

terça-feira, 8 de maio de 2007

RETRATAÇÃO: Leia isto antes de "Porque o TEMAS vai acabar"

Eu errei.

Admito, e faço aqui um rascunho de retratação.

Antes de você ler o post anterior, que não foi editado nem o será porque isso sim seria desonestidade e/ou censura, leve em conta tudo isto, que eu deveria ter levado em conta antes no texto e irresponsavelmente não levei:

1) A culpa não é dos alunos - a Constituinte do TEMAS, e seus membros e ex-membros, não é formada por broncos bairristas ignorantes, como eu muito jornalisticamente pude fazer parecer.

Em maior parte, o bairrismo e as dificuldades em ter Diretores externos advém de um problema político: uma grande concentração de poder deliberativo no Depto. de RI e sua dificuldade em enxergar todos os benefícios de gente de fora. Muitos dos organizadores do TEMAS estão mais que conscientes do potencial de seus delegados e de modeleiros de todo o Brasil; devem barganhar com professores que jogam duro.

2) NÃO É SÓ O TEMAS - O TEMAS é um ícone, e ademais eu posso falar dele porque já trabalhei em duas edições. Contudo, todos os pontos do texto valem para todos os modelos do Brasil que se fecharem - o que está muito longe de ser o caso do TEMAS, que no mínimo pode dizer que já teve uma edição com um terço dos comitês com Diretoria estrangeira. Meu texto, pegando o TEMAS para Cristo, traz uma imagem deturpada de uma conferência, sem atentar para todas as panelinhas que existem Brasil afora.

Tudo o que foi dito no texto, contudo, vale para todos os modelos do Brasil - proliferação de modelos, gerações experientes chegando do Ensino Médio, modelos em outras faculdades que não RI e Direito, etc.

3) The floor is still open - o blog permanece aberto para publicar réplicas, e claro, comentários.

Peço desculpas pela desonestidade cometida no texto anterior.

Permaneço aberto para feedbacks, críticas e retratrações.

Porque o TEMAS vai acabar

(NOTA: Existe uma retratação para este texto, publicada em http://modeleiro.blogspot.com/2007/05/retratao-leia-isto-antes-de-porque-o.html )

O TEMAS vai acabar.

Calma. Isto não é uma previsão de curto prazo ou uma forçação (sp?) de barra para derrubar o projeto de um adversário. É uma projeção de médio ou longo prazo.

Estão em curso as negociações para o texto final do estatuto do TEMAS. Na verdade ele já foi escrito, por Casmorfel¹ itself. Só que esse estatuto foi misteriosamente perdido nas inuméraveis gavetas do Depto. de RI da PUC-Minas. Perdido ou "perdido", não sei. Também só me ocorreu agora a dúvida do que aconteceu com uma eventual cópia digital do texto.

Voltemos ao presente: estão em curso as negociações para o texto final do estatuto do TEMAS. A Constituinte foi muito bem-sucedida, conseguindo consenso em praticamente todas as questões. Até mesmo uma importantíssima tradição found its way no texto: está lá escrito que o jornal impresso do evento sempre vai se chamar "The (alguma coisa) Telegraph". Até agora tivemos o Flaming Telegraph (Guerra Fria), o Independent Telegraph (Soberania), e o Eastern Telegraph (Ásia): sempre um nome bacana que não repete o tema em si. O fato de isso ter entrado no Estatuto diz muito sobre o respeito dos temáticos sobre suas próprias tradições.

Acontece que a Constituinte do Estatuto não parece querer Diretores externos no TEMAS. Argumentam: a) problemas causados por diretorias externas no único TEMAS que as teve, o Soberania; b) inadequação institucional de ficar acolhendo gente de outras faculdades; c) necessidade de criar e colher gente de dentro, do nosso sangue; se por acaso não houver interesse por parte dos nossos calouros, melhor matar o TEMAS do que deixar estrangeiros sugarem o sangue dele.

Uai, Cedê, esquisito. Mas o TEMAS não foi justamente o modelo que pôs "inovação" no vocabulário obrigatório dos modeleiros (da mesma forma que a Liga das Nações fez com "refugiado")? Porquê abandonar justamente essa coisa legal de Diretores externos?

Acontece que a rejeição a Diretores externos - ou pelo menos, a completa indiferença quanto a essa possibilidade - não está exatamente nas convicções deste ou daquele indivíduo. Ela é possível somente num contexto maior que despreza mudanças estruturais em nossa galáxia modeleira.

1) Proliferação desenfreada de modelos - nunca houve tanto modelo no Brasil, e vai ter mais ainda nos próximos anos. Modelos internos de colégios estão em suas quartas edições. Delegados saem de lá querendo criar seus próprios modelos.

Por um bom tempo, todos os novos modelos serão Miojo - simularão Conselho de Segurança, comitês da AG, crise dos mísseis e a cambada. Contudo, eles eventualmente vão aprender e assimilar inovações dos "centros inovadores". E terão seus gabinetóides e conferências históricas bizarras, além da mistura dos dois, o gabinete histórico.

O diferencial do TEMAS vai desaparecer. Ele não terá mais o monopólio dos comitês ousados ("ousado" é diferente de apenas "bizarro", veja bem). Quando isso acontecer, só a qualidade acadêmica permanecerá um diferencial.

Claro, não há razões para acreditar que o TEMAS vá perder isso algum dia. Continua sendo o único modelo do Brasil a ter artigos científicos, e produz consistentemente Guias extensos e trabalhados. Contudo, o curso de RI da PUC-Minas tem uma fraqueza: só é capaz de escrever com qualidade sobre RI (quem diria?). O que nos leva ao segundo tópico.

2) Bairrismo - Corria o boato de que uma das razões que afasta delegados (em especial das edições Guerra Fria e Soberania, mas o problema foi ameliorado com divulgação) do TEMAS é justamente essa aura de "você tem que ser bom para ser delegado do TEMAS". Claro que isso não é ruim, mas teve um custo bastante alto.

Todo hobby tem a tendência de passar a investir nos fãs fissurados e ignorar novos consumidores. Nos EUA, foi assim com quadrinhos e também com RPG: ambas as indústrias tiveram momentos de pensar no fã, viciado, e pensaram menos em atrair novos clientes.

Ambas sofreram crises por causa disso.

O TEMAS fez esforços para afastar essa aura, inclusive removendo a obrigatoriedade do application; e fez isso de forma muito competente, sem perder a qualidade ou a ousadia dos Guias e artigos.

Mas agora corre o risco de cometer um erro semelhante. A Constituinte até concorda em abrir para Diretores externos - desde que eles já tenham sido Diretores de algum modelo.

Eu me pergunto que sentido isso faz. Diretor externo, pra fazer diferença, tem justamente que ser de Biologia, de Física, de Direito de não sei onde; para ter ex-Diretor mais fácil levar um PUC-Minas.

Este pensamento se insere num bairrismo no qual Diretor é aquele fissurado que sabe moderar, e não alguém que fez um curso diferente com fessores diferentes e tem conhecimento diferencial sobre um tópico mais técnico.

Perde qualquer chance do Diretor de fora levar os colegas de sala para serem delegados do comitê dele.

3) Contra a maré - O MONU unificou as rivalíssimas faculdades de São Paulo, façanha comparável apenas à unificação das Coréias. A SiEM é um modelo verdadeiramente nacional e hoje pode exibir o melhor e mais variado cardápio de comitês de todos os tempos, com 6 comitês nos quais em apenas 2 neguím é diplomata. O MODEM, a SOI e até a SiNUS convidaram Diretores de fora, com ou sem sucesso.

São Paulo está liderando não apenas o processo de integração de modelos com modelos, mas o processo de integração dentro de cada modelo. Juntando gente de diversos cursos, com diferentes backgrounds, e promovendo a idéia de que não há uma panelinha: basta apresentar um projeto.

O TEMAS não quer nem isso, o Diretor de fora não pode nem mesmo apresentar um projeto, mesmo lado a lado com um PUC-Minas (ariano).

4) A Bomba - Vai estourar uma bomba neste País. Em 2008, ano que vem. E continuar bombando.

Ano que vem vai entrar na faculdade uma geração de modeleiros experientíssimos, que foram em três, quatro, oito modelos no Ensino Médio. Eles sabem muita coisa, já fizeram muita coisa, e podem fazer mais.

Nem todos vão fazer RI.

Para boa parte da Constituinte PUC-Minas, isso não importa. Melhor deixar esses modeleiros pirralhos para o raio que os parta.

Acontece que essa moçada não vai ficar parada. Eles vão, sem dúvida, fundar modelos em suas faculdades.

A longo prazo, quando precisarmos deles, será tarde demais. A janela de oportunidade para uma verdadeira integração universitária terá sido perdida pra sempre. Os bairrinhos e panelinhas estarão fechados de novo: aluno do curso X vai no modelo do curso X, aluno do curso Y faz modelo do curso Y, etc. RI e Direito perdem o monopólio dos modelos - sem ganhar nada em troca.

Enfim - O TEMAS enquanto pessoa jurídica pode até não acabar. Mas como o conhecemos, irá sim. Atualmente, apostamos que
a) podemos manter os comitês inovadores para sempre, confiando exclusivamente nas safras de calouros;
b) não estamos nem aí para quem faz sequer Direito na PUC-Minas ou na UFMG;
c) podemos manter o modelo interessante falando só de RI;
d) o papo de que Diretor externo atrai delegados do curso dele é furada;
e) Diretor tem que saber moderar;
f) mais vale dois braços para moderar do que um cara que entende de energia nuclear (ou armas químicas, ou direito ambiental, ou logística, ou... voce entendeu)
g) essa moçada que fez nove mil modelos no Ensino Médio não presta pra nada, a menos que faça RI.

Eu discordo de todas essas teses. E vocês?


¹ Para os não-iniciados: Casmorfel são os fundadores do TEMAS: Guilherme CASarões, Bernardo MORetzsohn e Luiz FELdman.

quinta-feira, 3 de maio de 2007

Pais e MUNs

Que atire a primeira pedra aquele cujos pais entenderam o que são MUNs quando da primeira vez que participou de um.

*whoosh*

"AI! Isso dói!"

Não sei quem atirou, mas gostaria de saber qual foi a proeza ou a palavra mágica que foi dita para convencer tão rapidamente os pais de que MUNs são atividades valiosas. Eu até hoje não consegui fazer minha mãe entender direito o que se passa em uma conferência dessas (embora eu ache que isso irá mudar em breve, assim que ela ver como será a SiEM).

Qual é a abordagem que vocês, leitores modeleiros, usam para explicar para um completo leigo o que é um MUN? Gostaria de ouvir nos comentários...